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17/12/2018

Raiva Bovina – Médico Veterinário alerta sobre doença

Por Marcelo Durigon Testa – Médico Veterinário da Copercampos

Vale a pena gastarmos algum tempo e voltar nossa atenção para uma doença viral já muito conhecida, mas que, infelizmente, ainda causa muitas mortes nos rebanhos bovinos do País. Atualmente estamos com dois (02) confirmados no estado de Santa Catarina.
Rotineiramente, pode-se escutar relatos de perdas surpreendentes advindas da raiva, e realmente, uma das piores características desta doença é o fator surpresa: quando começamos a desconfiar, na maioria das vezes, ela já causou grandes prejuízos e, geralmente, não temos mais como controlar o avanço do surto ou recuperar os animais já afetados. Por isso devemos contatar um profissional medico veterinario de sua confiança para que faça o diagnóstico mas breve possível e assim tome as medidas cabíveis comunicando os órgãos responsáveis  hoje em dia temos o controle do Programa Nacional de Controle da Encéfalo Patia Espongiforme Bovina Tuberculose e Brucelose (PNCEBT), onde os médicos veterinários são capacitados para realizar a coleta de material e envio para o laboratório. A raiva é uma encefalite aguda viral transmitida através da mordedura de animais doentes e portadores, e que se caracteriza por um quadro neurológico fatal. Também conhecida como hidrofobia, a raiva é uma zoonose e o profissional responsável pelo seu controle é o médico veterinário. A Copercampos conta atualmente com um quadro de seis médicos veterinários para melhor ajudar o produtor associado e cliente.
Estima-se que a raiva seja responsável pela morte de cerca de 50.000 bovinos por ano no Brasil.
A raiva bovina é geralmente transmitida pela mordedura de morcegos hematófagos. No Brasil, a espécie mais importante é a Desmodus rotundus. O vírus encontra-se na saliva do animal e, obviamente, é necessário que a saliva tenha contato com a ferida, pois o vírus não atravessa a pele íntegra.
Após a transmissão, o vírus desloca-se para o sistema nervoso e o curso da doença leva em média 10 dias. O período de incubação da enfermidade varia de 3 a 15 semanas. Nos bovinos a forma clínica mais comum é a raiva paralítica, entretanto, podem ocorrer casos de raiva furiosa. O animal afetado apresenta uma hipersensibilidade a todos os fatores externos. Ocorre uma nítida mudança de hábito, os sintomas evoluem para perda da consciência, mugido rouco, aumento do volume e presença de espuma na saliva, midríase, fezes secas e escuras, andar cambaleante, paralisia dos membros posteriores e evolução para a paralisia dos anteriores. A morte ocorre 4 a 8 dias após o início dos sintomas.
Nos casos de suspeita clínica de raiva, não se deve matar o animal! Aguardar a evolução natural do quadro e colher material após a morte.
Somente o exame laboratorial pode definir o diagnóstico. Atenção especial deve ser dada à necropsia, que deverá ser feita por um profissional, considerando-se o risco de contaminação e a grande importância da forma de coleta e envio da amostra para a eficiência do diagnóstico. Enviar, sob refrigeração, o cérebro, cerebelo e o hipocampo (sempre bilateral) e enviar juntamente as informações do histórico do caso. Nos casos em que o tempo entre a morte do animal e a chegada do material ao laboratório for superior a 48 horas, deve -se enviar o material em solução fisiológica estéril com 50% de glicerina. O exame mais utilizado é a imunofluorescência.
Nas regiões endêmicas, o controle da raiva é feito com a vacinação sistemática de 100% dos animais susceptíveis e o controle dos morcegos hematófagos. O controle dos morcegos hematófagos é realizado através da captura e utilização de uma pasta anticoagulante no dorso dos animais capturados, que são libertados e voltam à toca de origem. Quando os demais morcegos da colônia lambem o anticoagulante morrem de hemorragia generalizada.
Para que a vacinação proteja contra a doença é necessário que o animal seja vacinado e consiga produzir anticorpos antes da inoculação do vírus da raiva, por isso, quando consideramos a vacinação, deve-se ter em mente que a vacina precisa de 21 dias para oferecer proteção aos animais. Quando a vacina viva for utilizada, vacinar somente os animais maiores de 4 meses de idade. A aplicação deve ser de (02) dois ml intramuscular profunda, e deve-se dedicar uma atenção especial com a conservação: não utilizar frascos com mais de 20 doses, não utilizar nenhum tipo de desinfetante (o vírus da raiva é muito suscetível à ação de desinfetantes comuns, tais como soluções à base de hipoclorito, formol, iodo e compostos quaternários de amônio).
Nos próximos anos, utilizar vacinas inativadas. Mesmo que não haja focos de raiva é necessário vacinar os animais nas áreas endêmicas, uma vez que, existindo o morcego hematófago, pode surgir a qualquer momento um novo foco de raiva.

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